Sou tão velho quanto as montanhas E os tiranossauros que ainda hoje se digladiam em minha mente Conheço os fantasmas que assustam o meu cérebro Gemendo e arrastando pesadas correntes
Enquanto o grande medo, careca, desdentado e ancião Imprime suas digitais no lado mais escuro da minha razão
Mas quando eu passo eu penso e vejo Ainda tantos lugares vazios Neste bonde chamado desejo
Eu vi um magarefe sujo do açougue imundo lavar com o sangue das costelas do boi As costeletas da face e as escadas do fundo Sei da freira que num abrir e fechar de pernas, pede o perdão de Cristo Para cada gesto e risco, que ela apenas pensou em correr
Nas drogas que consomem, nas noites que perdemos Nos verões que prometiam, nas palavras que caluniam Nos olhares que insinuam, nas pessoas que silenciam
Compositor: Marcelo Drumond Nova (Marcelo Nova) (UBC)Editor: Warner (UBC)ECAD verificado obra #717672 em 01/Abr/2024