Vendi minha alma ao diabo No dia que eu passei nessa encruzilhada E esse tratado mal feito Me fez perceber que era a troco de nada
E não podia ser desfeito Tudo que cê ganha Em dobro cê paga
E o golpe no meio do peito Eu nem vi Que eu tava focada no brilho da adaga
Eu vi que não tinha mais jeito Quando a adaga já tava atravessada
O tal diabo é um estranho sujeito Ele disse: "eu era abençoada" Que o meu caminho era estreito Mas que agora eu andava blindada
Que eu tinha os dois pés direitos Pra eu caminhar sossegada Mas tanta verdade rasgou minha retina Eu segui com a vista embaçada
Não era tristeza E nem cocaína A carga era muito mais pesada
Foi quando ele disse "Calma minha filha, cê vai sustentar a parada" Que não é atoa Eu era escolhida E diz isso dando risada
Estranho é que ele não vestia prada Se eu não me engano a roupa dele era listrada Levava na mão um corote Ou podia ser somente um copo de água
Ele era bonito e forte Nos pés tinha histórias douradas Disse que ia me casar com a sorte Porque esses homens não valhem de nada
E que o sorriso desse moço seria minha perdição E a sua condição era levar meu coração E que o sorriso desse moço seria minha perdição Minha perdição
Vendi minha alma ao diabo Mas o contrato tava com a data errada Ele memo ficou possuído Porque não contava com a própria mancada
Saía fumaça pelos seus ouvidos Ao dizer que eu era uma filha ingrata Seus olhos em chamas queimavam Tanto quanto a sua adaga de prata
Que saiu do meu peito cortando meu pranto E agora o meu sangue brilhava Foi então que eu notei seu espanto Vi que ele desacreditava
Que tão preciosa proposta Não valia o que ele me cobrava Trapaceiro perdeu a aposta Montou seu cavalo E pegou a estrada
Mas antes de virar as costas Perguntou se eu tava preparada Que traria novas propostas E disse isso dando risada
O tal diabo é um estranho sujeito Mas eu não to preocupada Meu caminho sempre foi estreito E eu aprecio a estrada
A sorte sempre tá comigo Memo que com ela eu não seja casada E o azar me alerta dos perigos A cada nova alvorada
E aquele sorriso foi problema antigo Desse crime eu não era culpada Não sei se foi tudo isso Talvez eu só tava chapada
E que o sorriso desse moço seria minha perdição E a sua condição era levar meu coração E que o sorriso desse moço seria minha perdição Minha perdição
Compositores: Leonardo Henrique Vereda Cunha (Leo Cunha) (UBC), Livia Fontoura Silva Cruz (Livia Cruz) (ABRAMUS)Editor: Casa 1 Records (UBC)Administração: Warner (UBC)Publicado em 2018 (20/Dez) e lançado em 2018 (06/Dez)ECAD verificado obra #20995036 e fonograma #17624356 em 19/Abr/2024 com dados da UBEM